Centro Coração de Mãe

O Projeto em Tratamento do Centro Coração de Mãe, inscrito no Registro de Pessoas Jurídicas CNPJ sob o número 12.020.942/0001-10, atua no tratamento da dependência química tendendo pessoas com tal problemática.

O programa aborda a drogadição interdisciplinarmente numa compreensão mais ampla do tema utilizando a metodologia dos Doze Passos das irmandades Alcoólicos e Narcóticos Anônimos. Sugere àquele que apresenta dependência química a possibilidade de um novo estilo de vida fortalecido em sua auto-estima e auto imagem. O programa de tratamento tem um tempo previsto de 30 a 120 dias onde ocorre a desintoxicação por acompanhamento médico e de enfermagem. Ainda nesse período deve ocorrer a reabilitação física e emocional havendo acompanhamento psicológico, terapêutico ocupacional e nutricional, numa abordagem multiprofissional.Seguimos o modelo transteórico de tratamento onde se trabalha principalmente com a prontidão para a mudança do paciente, ou seja, com a motivação para mudança que é estimulada com a convivência entre os pares, além do programa peculiar ao modelo de comunidade terapêutica seguindo a filosofia dos grupos de ajuda-mutua.

Toda a equipe atua nessa área de forma a trocar saberes em prol da terapêutica do paciente, como Psicologia, Psiquiatria, Terapia Ocupacional, Nutrição, Serviço Social, Enfermagem e Monitoria.

Entendemos que a família deve participar efetivamente do programa dispensado ao paciente internado e, dessa forma, oferecemos semanalmente reuniões de orientação e atendimento individual programado conforme a necessidade de cada família, respeitando-se sua dinâmica própria. Psicologia e Serviço Social atuam em conjunto nessa área de atividades ocorridas na instituição.

Terapeuta Ocupacional

A Terapia Ocupacional é caracterizada pelo tratamento através de atividades socializantes, estas sendo aplicadas de maneira direta ou indireta, física ou mental, ativa ou passiva, preventiva, corretiva ou adaptativa, relacionadas às necessidades terapêuticas, pessoais, sociais e culturais, refletindo os fatores ambientais que influenciam a vida do paciente. Em dependência química vem a resgatar o papel ocupacional do dependente, suas habilidades funcionais, interesse por atividades até então exercidas e que foram deixadas em prol das drogas, desenvolver novas habilidades e interesses, despertar para uma vida mais saudável, aumentando sua auto estima, visando sua reintegração social, através das oficinas diversas de auto-cuidados, atividades estruturadas de expressão, cuidados com a casa, entre outras.

Médica Psiquiatra Marta Ost Frank

A Medicina Psiquiátrica desenvolve atividades de diagnóstico e monitoramento do estado clínico do paciente. Estabelece aliança terapêutica e desenvolve e facilita a aderência do paciente ao plano terapêutico. O profissional psiquiatra realiza entrevista psiquiátrica detalhada podendo consultar outras fontes como familiares e outros profissionais de saúde que tenham atendido o paciente. Poderá aplicar escalas de avaliação psiquiátrica. O exame físico exclui ou confirma existência de doenças orgânicas. Exames laboratoriais poderão ser necessários.
Através dos dados o profissional realiza diagnóstico e propõe terapêutica mais adequada. A prescrição farmacológica deverá ser aplicada durante o período inicial para desintoxicação, mas necessária continuidade quando houver comorbidade psiquiátrica. A medicação poderá reduzir fissura (“craving”), tratar a síndrome de abstinência e possíveis comorbidades e diminuir o efeito das drogas. São realizadas atividades grupais de aprendizagem sobre dependência química, manejo da fissura, e prevenção à recaída. A atividade grupal providencia um “refletir-se no outro”, elaboração dos efeitos desestruturantes do curso do grupo em situação de aprendizagem. Atualmente a profissional Psiquiatra realiza atendimento semanal, às quartas-feiras pela manhã e participa dos seminários técnicos as segundas-feiras pela manhã.

Assistente Social

A Assistência Social através de entrevistas visa obter informações do entrevistado, a fim de coletar dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social. Além disso, é um espaço onde o profissional lança mão da observação, outra técnica de coletas de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Ou seja, não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos. Com os dados coletados o Assistente Social elabora o estudo social, que proporciona uma aproximação com o contexto particular do sujeito, da sua família e da sua comunidade, dentro de uma perspectiva global interpretando as dimensões econômicas, políticas, biológicas e sociais. Após identificar as demandas, procura-se fazer os encaminhamentos necessários. Através de uma metodologia participativa, onde o profissional permite a atuação efetiva dos participantes no processo educativo sem considerá-los meros receptores, nos quais depositam conhecimentos e informações. No enfoque participativo valorizam-se os conhecimentos e experiências dos participantes, envolvendo-os na discussão, identificação e busca de soluções para problemas que emergem de suas vidas cotidianas.

Psicóloga Márcia C. Henrique de Souza
A Psicologia realiza entrevista com familiares e pacientes visando verificar a capacidade e disposição dos mesmos frente ao tratamento, quais suas reais motivações, perspectivas e foco perante a internação, salientando o quão importante a participação e contribuição, não apenas dos pacientes, mas também dos familiares nesse processo. A entrevista é o espaço que oportuniza a conscientização da nova residente frente ao contexto de sua doença, pois é nesse momento que se depara com sua história pessoal, sua patologia, sua necessidade de tratamento e os benefícios que se pode adquirir com o sucesso e persistência do mesmo. A partir de então se verifica o quanto o paciente estará focado em seu tratamento, suas motivações e expectativas. A Psicologia verifica as condições do paciente afim de dar um melhor auxilio nos acompanhamentos individuais e grupais, focando seu tratamento conforme sua necessidade psíquica. Visto que, o momento da chegada poderá deixar o paciente em uma situação ansiogênica, afinal, o mesmo está ali para abster-se da droga, para iniciar um tratamento, lhe é oferecido o pronto-atendimento para ser amenizada tal ansiedade. Neste momento, além de disponibilizarmos o pronto-atendimento para melhor confortar o paciente, também é onde há os esclarecimentos sobre a instituição e seu funcionamento, a fim de facilitar a acolhida. O processo psicoterápico tem por objetivo modificar padrões de comportamento inapropriados que dificultam o processo de desenvolvimento pessoal. O grupo terapêutico é um momento de refletir junto ao grupo e de verbalizarem suas fissuras, medos, fragilidades, necessidades e dificuldades, podendo haver troca de experiências e de percepções entre os integrantes.

O psicólogo intervém pontuando, interpretando, remetendo o participante às suas questões, reforçando o que diz esejar, estabelecendo limites, auxiliando-as na sustentação de projetos pessoais e no reconhecimento de seu esforço pessoal e de suas potencialidades. Referente às questões positivas que o grupo agrega através do Grupo Terapêutico temos • Ao conhecer histórias semelhantes à sua, a residente descobre que não é o único a viver o problema, o que pode acelerar a cura. • Ouvir o depoimento de outro sobre um problema que é igual ao seu pode levar a pessoa a se distanciar do seu drama e, assim, encontrar uma saída criativa. • O vínculo criado no grupo é estimulante e evita que os integrantes esmoreçam.

Referente às Oficinas temos o Planejamento de Carreira e Mercado de Trabalho, Relaxamento, Dinamicas de Grupo, Psicodrama, Acompanhamento com a Família. A Psicologia Grupal é válida partir do princípio de que, virtualmente, a essência dos fenômenos grupais é a mesma em qualquer tipo de grupo, e o que determina óbvias diferenças entre os distintos grupos é a finalidade para a qual eles foram criados e compostos (Zimerman, 1997). O fenômeno que centraliza a atividade de qualquer agrupamento humano é a interação entre seus componentes. Na dinâmica dessa interação é que temos que focar nosso interesse especulativo, independente do vértice teórico sob o qual nos posicionamos, para compreender tanto os aspectos construtivos como os obstrutivos da atividade grupal dos indivíduos (Osório, 1997). O momento de início de um grupo de psicoterapia com drogadictos é particularmente delicado. Em um grupo de dependentes a ansiedade está acentuada, até porque é paradoxalmente negada. Esse distanciamento defensivo da realidade ocorre, em parte, em função da mobilização do drogadicto para o tratamento, pois sua busca só ocorre quando se instala uma crise na sua relação com a droga. Muitas vezes essa crise não é da natureza de um conflito angustiado e trata-se somente de uma ameaça física, social ou psicológica que mobiliza o dependente. Neste sentido nem sempre o desejo do drogadicto é de curar-se ou reestruturar sua vida, mas sim livrar-se da ameaça ou reequilibrar a relação prazerosa, a lua de mel com a droga, que foi perdida (Brasiliano, 1997).

A proposta é de, primeiramente, estabelecer-se o contrato definindo os encontros com o grupo. Posteriormente inicia-se o processo de vínculo e seguem-se então os encontros através de uma abordagem Cognitivo-Comportamental, que em sua técnica terapêutica, visa alguns objetivos principais, que são: - uma psicoeducação (entendimento do estado atual e da abordagem utilizada); - uma reeducação (das concepções errôneas); - um treinamento de habilidades comportamentais; e – uma modificação no estilo de vida. Proponho assim, oportunizar ao grupo momentos de reflexão e suporte, onde possa haver trocas de experiências e sentimentos entre as participantes. Atualmente contamos com uma psicóloga especialista em dependência química, responsável técnica pelo plano terapêutico da instituição e que também supervisiona estagiários curriculares pelo convênio que há com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS, tendo sua carga horária de 40 horas semanais; uma psicóloga que desempenha funções durante 08 horas semanais; uma estagiária de psicologia que desempenha funções supervisionadas durante 16 horas semanais.

A Enfermagem é responsável inicialmente pela promoção, prevenção e recuperação da saúde dos indivíduos. Realiza atividades de psicoeducação além de ministrar medicações aos pacientes que recebem prescrição médica. Orienta as famílias referente a importância da estabilidade dos fatores biológicos no tratamento da dependência química. O profissional da Enfermagem é um educador em saúde, supervisionando trabalhos individuais e em equipe, estando sempre colaborando na missão da instituição. Atualmente a instituição conta com duas profissionais da enfermagem, ambas com 44 horas semanais.

Nutricionista Marcia Neves

A Nutrição desenvolve o cuidado com cada paciente, proporcionando o acompanhamento clínico nutricional na recuperação visando à desintoxicação através de uma reeducação alimentar, treinando preparação e manipulação dos alimentos a serem servidos, alertando a importância da relação consumo de alimentos e droga/álcool. Objetiva ensinar uma nova forma do paciente de encarar as escolhas alimentares que devem associar a importância dos nutrientes ao organismo e sua relação com a promoção da saúde. Como objetivos específicos tem ainda a contenção de excessos alimentares; a reeducação alimentar; a manutenção da eutrofia; a melhora da auto estima; a prevenção da recaída; a melhora da qualidade de vida; a prevenção dos Transtornos Alimentares; a recuperação do estado nutricional; a melhora da ingestão de micro e macro nutrientes; a melhora da depressão e consequentemente melhora do prognóstico. Todos os pacientes passam por uma consulta nutricional, em que serão avaliados hábitos alimentares, estado nutricional, e objetivo nutricional. É elaborado um cardápio personalizado com todos os macro e micronutrientes adequados. Além disso, há acompanhamento nutricional durante as refeições e todos são reavaliados mensalmente. São oferecidas oficinas de culinárias dentro da cozinha da instituição, além disso, palestras sobre fitoterapia e desintoxicação, e assuntos referentes à Ciência da Nutrição. Atualmente a profissional da Nutrição realiza atendimento semanal de 16 horas.

MOMENTO DÁ FÉ

A Espiritualidade vê por trás do fenômeno da droga esta o fenômeno de abastecer o vazio. O trabalho ocorre no âmbito bio-psico-social-espiritual, reconhecendo assim o ser humano integral. O conceito do Poder Superior dá possibilidade de recuperar valores perdidos. Através da fé, da crença, do avivar da espiritualidade, reaviva-se em seu interior a possibilidade de transformação. As atividades nessa área são diárias.

ATIVIDADE DE TERAPIA OCUPACIONAL